Conferência da ONU tenta colocar oceanos no centro da agenda climática

Em Lisboa, António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, classificou situação como de 'emergência'Um sentido de urgência e um apelo à unidade marcaram o inicio da Conferência das Nações Unidas para os Oceanos. Uma sessão onde a lingua portuguesa esteve em destaque com intervenções de António Guterres , Marcelo rebelo de Sousa e João Lourenço, entre outros.Quando tanto se fala de "emergência climática", o Secretário-Geral das Nações Unidas declarou na abertura da Conferência dos Oceanos que o mundo está também numa “emergência oceânica”.

A minha geração é responsável pelo facto de estarmos em guerra com a natureza e pela situação das alterações climáticas não estar sob controlo.

            António Guterres, Secretário-Geral da ONU  

António Guterres afirmou que ainda hoje, todos estão se movimentando muito lentamente para reverter a degradação dos oceanos, recuperar a biodiversidade e parar com a mudança climática.

O chefe da ONU disse que o mundo ainda está girando na direção contrária, sendo uma “responsabilidade global que vai além da liderança política.” Guterres explicou que os oceanos são afetados pelas crises de poluição, biodiversidade e clima.

Aos jovens estudantes de mais de 100 países, o secretário-geral mencionou uma área no Oceano Pacífico coberta de plástico que tem o mesmo tamanho da França.

Carbono

António Guterres confessou que ao observar suas próprias ações e seu próprio comportamento, ele concluiu que a sua “pegada de carbono é muito grande”.

O chefe das Nações Unidas destacou que esta geração de jovens é essencial para reverter as tendências e resgatar o planeta. Guterres falou ao lado do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.

Ele afirmou que para que os jovens sejam ouvidos na questão do combate às ameaça aos oceanos, estes devem lutar por eles mesmos.

O chefe de Estado português falou sobre a importância de não se deixar “tudo para políticos”. O presidente do Quênia, Uhuru Kenyata, ainda está a caminho de Lisboa – o país africano também é co-anfitrião da Conferência dos Oceanos.

Vida marinha

A Praia de Carcavelos se transformou em um “escritório” onde jovens de todo o mundo apresentaram projetos inovadores para salvar a vida marinha.

Paulo Alves faz mestrado em Engenharia do Ambiente e comemora o seu aniversário de 30 anos no Innovathon.

O projeto da sua equipe envolve a reutilização de plataformas petrolíferas.

“De forma a capacitá-las a produzir energias renováveis como hidrogênios ou combustíveis na base de compostos orgânicos ou a partir mesmo da produção do próprio hidrogênio a partir da água. Nós queremos adotar também umas produções de marisco e de aquacultura de algas nas partes inferiores das plataformas de forma a produzir águas mais limpas e alimentação para as pessoas.”

Segundo Paulo Alves, a maior dificuldade é arranjar recursos e pessoas que queiram apoiar este tipo de iniciativa.

Golfinhos e baleias

A estudante de biologia marinha Gabriela Fernandes, 29 anos, apresenta com o seu grupo na Innovathon um projeto que envolve parcerias com empresas do setor de turismo que fazem observações de golfinhos e de baleias.

“Para eles colocarem, fazerem upload de fotos desses animais. A gente vai criar um algorítimo onde a gente vai fazer a identificação de grupos, indivíduos e também vamos estudar outros parâmetros através de equipamentos que vamos colocar nos barcos, hidrofones, e também vamos conseguir salvar combustível das embarcações.”

Fonte: ONU

Anterior
Anterior

Angola destaca que Conferência dos Oceanos é oportunidade para acabar com “triste cenário”

Próximo
Próximo

CONFERÊNCIA DO OCEANO DA ONU EM LISBOA