Devastação ambiental causada por conflitos no mundo

A invasão russa continua a fazer muitas vítimas, matando e ferindo milhares de civis e causando graves violações dos direitos humanos. Além disso, também está consumindo grandes quantidades de energia, produzindo enormes emissões de gases de efeito estufa que perturbam o clima, gerando poluição tóxica do ar, da água e do solo e destruindo a natureza.

O Grupo de Resposta à Crise Global sobre Alimentos, Energia e Finanças apresentou nesta quarta-feira, na sede da ONU, em Nova Iorque, seu mais novo relatório, focando nos impactos causados pela guerra na Ucrânia. 

O secretário-geral das Nações Unidas participou do lançamento, onde declarou que após “três meses de invasão russa à Ucrânia, o mundo enfrenta uma nova realidade”.  

António Guterres destacou que “a guerra está ameaçando criar uma onda sem precedentes de fome”, com caos econômico e social à beira de acontecer. O chefe da ONU acredita que não haverá nenhum país que não será de alguma maneira influenciado pela crise na Ucrânia.  

Ele lembrou que o preço dos alimentos está perto de atingir uma alta recorde, além dos preços dos fertilizantes, que mais que dobraram, “soando o alarme por todos os lados”. Guterres destacou que sem fertilizantes, haverá queda de estoques de milho, trigo e arroz, com “impactos arrasadores para bilhões de pessoas na Ásia e na América do Sul”.  

Enquanto neste ano a crise de alimentos é sobre falta de acesso, o secretário-geral da ONU teme que no próximo ano, o problema seja a falta de comida. Ele lembrou que o fim da guerra é essencial. 

Alimentos da Ucrânia e Rússia  

Caminhão descarrega cereais em fábrica na Ucrânia.

Foto: © FAO/Genya Savilov
Caminhão descarrega cereais em fábrica na Ucrânia.

Mas enquanto o conflito continua, Guterres pediu à secretária-geral da Unctad, Rebeca Grynspan, e ao subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, para coordenarem uma força-tarefa e conseguirem um acordo que permita a exportação segura de alimentos produzidos na Ucrânia por meio do Mar Negro. 

Outra meta do plano do chefe da ONU é conseguir acesso desimpedido aos mercados globais para alimentos e fertilizantes da Rússia. Segundo António Guterres, este “plano é essencial para centenas de milhões de pessoas em países em desenvolvimento, incluindo na África Subsaariana.  

O chefe da ONU explicou que Grynspan e Griffiths estão trabalhando com as duas partes em conflito, mas que “anunciar qualquer coisa a mais em público poderia ameaçar as chances de sucesso” do plano e reforçou esta é uma situação em que o "silêncio diplomático é necessário".  

António Guterres disse ainda que não existe “solução para esta crise global sem uma solução para a crise econômica no mundo em desenvolvimento” e por isso, é preciso “agir agora para salvar vidas e meios de subsistência nos próximos meses e anos”.  

Fonte: news.un.org

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