Racismo ambiental e colonialismo de resíduos: os impactos da superprodução da moda

Imaginem uma praia onde em certos trechos a areia não é visível pois está coberta de montes de roupas, têxteis e plásticos que atingem mais de um metro e meio de altura, e isso é apenas o que está na superfície. Esta é a realidade em Acra, região costeira de Gana, como também no deserto do Atacama, no Chile, dois países recebedores de roupas de segunda mão do Norte Global. Independente das condições das roupas e do processo que passam até chegar a estes países, estes montantes representam grandes partes dos problemas sociais, culturais e ambientais da moda na atualidade.

A superprodução, consumo e descarte acelerado dos países mais ricos resultam em lixo e miséria para os mais pobres, por isso o termo Racismo Ambiental provoca o olhar para as grandes tragédias que majoritariamente afeta os mais vulneráveis, aqueles que vivem em áreas de risco, com pouco acesso à saneamento básico e pouca segurança. Portanto, as injustiças ambientais são mais propícias a acontecer àqueles de grupos minorizados. Um exemplo recente foi as tempestades do litoral paulista que impactou drasticamente a vida de moradores locais.

Na moda, é possível perceber não apenas a questão do racismo ambiental, como o colonialismo de resíduo observando onde vão parar os restos de roupas não desejados por certos países da Europa e dos EUA, por exemplo. Dado o estado tóxico e linear da indústria da moda global, quase todas as roupas feitas atualmente acabam em um ambiente que carece de infraestrutura para facilitar a reciclagem ou decomposição segura como parte da economia circular.


Fonte: VOGUE

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