Fashion Revolution: Como o movimento busca justiça e transparência na moda

 O setor da moda é um dos que mais poluem os rios e descartam resíduos em grandes lixões a céu aberto – como acontece com os rios indianos que mudam de cor de acordo com os tingimentos usados nas coleções da estação ou no deserto do Atacama, localizado no norte do Chile. Foi pensando em reverter este cenário que surgiu o movimento global Fashion Revolution (do inglês, revolução da moda), que propõe mudanças estruturais na moda através de diferentes intervenções. “Temos o objetivo de revolucionar a moda para que ela preserve e regenere o meio ambiente, valorizando as pessoas e a natureza acima do crescimento e do lucro”, disse Isabella Luglio, coordenadora educacional do Fashion Revolution em entrevista para a Exame.

Segundo dados de 2022 do Observatório de Complexidade Econômica (OEC), o Chile é o maior importador latino-americano de roupas usadas, recebendo 90% dessa categoria de produtos. Outro dado relevante, dessa vez da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), é que o Brasil produz mais de quatro milhões de toneladas de resíduos têxteis, dentre eles, retalhos da indústria e peças de couro.

Então, repensar os caminhos da cadeia de produção da moda é extremamente relevante. Luglio conta que o Fashion Revolution nasceu em 2014 e que, em 2018, o movimento se tornou o Instituto Fashion Revolution Brasil. Hoje, o movimento está presente em 90 países e, no Brasil, conta com mais de 300 voluntários, segundo Luglio, e faz um chamamento voltado para conscientização de designers, marcas, produtores, líderes de negócios, fabricantes, trabalhadores e consumidores. 

 

 

 

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